quarta-feira, 29 de julho de 2009

MAIS UM DIA



A cada dia torna-se mais concreto o fim
A dor diminue ou me acostumei com ela
Sei que a pressão em meu peito é menor
Ao menos me deixa viver
Outra dor agora toma seu lugar
O que era limpo transformou-se limo
A verdade não é mais necessária
Um luxo pouco usado
E assim a cada dia uma nova morte
Foi-se o amor, esvanesse a dor
A verdade agora corrompida
E a história cada vez mais isolada no passado

Qual será a próxima morte?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

QUERER



Pablo Neruda

Não te quero senão porque te quero
e de querer-te a não querer-te chego
e de esperar-te quando não te espero
passa meu coração do frio ao fogo.


Quero-te apenas porque a ti eu quero,
a ti odeio sem fim e, odiando-te, te suplico,
e a medida do meu amor viajante
é não ver-te e amar-te como um cego.


Consumirás talvez a lua de Janeiro,
o seu raio cruel, meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego.


Nesta história apenas eu morro
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero, amor, a sangue e fogo.

A MORTE DE UM AMOR



Amor morrendo,
Amor morre de morte subita,
Um click e não está mais lá,
E o que resta é a dor, e esta demora a ir.
E assim, o que era o ar que sustenta a vida
Torna-se insuficiente e é preciso morrer.
Assim morre o amor.

E ai resta essa dor de quem ainda ama

Que morra em mim este amor imenso
Que morra essa espera de meu corpo
Que a saudade torne-se lembrança
E não mais viver memórias do passado
E de minh´alma desapareça o futuro sonhado